domingo, 29 de novembro de 2015

Hefesto

Hefesto


A performance Hefesto, foi feito pela aluna Anna Puk, onde a mesma está à frente da UVV vendendo materiais usados e absurdos de forma natural, dentre os objetos vendidos tínhamos, (papel higiênico usado, pelos pubianos, frutas podres, calcinha usada) entre muitos outros.  Para mim essa foi a performance que teve o melhor resultado, quando se trata de estranhamento, nessa ocasião, a câmera estava em um local fixo e bem discreto, e os alunos estávamos sentados onde todos as pessoas ficam normalmente, dando uma naturalidade ao ambiente de saída de aula, (O natural destaca o estranho), As pessoas abordadas pela Anna, ficaram muito surpresa com as coisas que ela estava vendendo, e levou um estranhamento poético nas pessoas. Posso destacar que a interpretação da Anna em apresentar os produtos e a confiança que ela mostrou foi fundamentação para que as pessoas acreditassem que de fato aquilo erra real, com tudo isso esbarra em um grande discussão sobre o fazer performativo, que na qual eu mesmo me questiono, cabe a performance uma interpretação? A performance como uma ação real ou uma produção de realidade? Como seria se Anna não interpretasse essa venda? Cabe ai um discussão profundo pois a performance e o próprio hibridismo cênico, não buscando um certo ou errado, mas para tentar completar nossa necessidade de sistematização de um conhecimento. Com essa performance me fez refletir que cabe sim em uma performance o interpretar, se ele for em medida correta sem desmanchar a percepção de ação real. Exemplo, fiz uma performance em um trabalho onde estava ajoelhado no milho e me batia com o sinto, se durante essa performance eu interpretar a minha dor, essa interpretação pode gerar no público um afastamento da ação imediato, destruindo toda a ação. Mas a interpretação da Anna, foi em um ponto real do de ser vendedor, no de acreditar em seus produtos, Talvez por fazer parte do seu cotidiano, pois ela vende artesanatos, mas acredito também que e do ator a se pôr no lugar de acreditar. Não tive oportunidade de conversar com ela sobre o que ela fez, mas acredito muito que o posicionamento do ator performático sobre o que ele está fazendo reflete na veracidade de sua interpretação. Por fim, acredito que esse trabalho foi muito bem executado e abriu um novo caminho de debate sobre a cena dentro da performance.

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