Hefesto
A performance
Hefesto, foi feito pela aluna Anna Puk, onde a mesma está à frente da UVV
vendendo materiais usados e absurdos de forma natural, dentre os objetos
vendidos tínhamos, (papel higiênico usado, pelos pubianos, frutas podres, calcinha
usada) entre muitos outros. Para mim
essa foi a performance que teve o melhor resultado, quando se trata de
estranhamento, nessa ocasião, a câmera estava em um local fixo e bem discreto,
e os alunos estávamos sentados onde todos as pessoas ficam normalmente, dando
uma naturalidade ao ambiente de saída de aula, (O natural destaca o estranho),
As pessoas abordadas pela Anna, ficaram muito surpresa com as coisas que ela
estava vendendo, e levou um estranhamento poético nas pessoas. Posso destacar
que a interpretação da Anna em apresentar os produtos e a confiança que ela
mostrou foi fundamentação para que as pessoas acreditassem que de fato aquilo
erra real, com tudo isso esbarra em um grande discussão sobre o fazer performativo,
que na qual eu mesmo me questiono, cabe a performance uma interpretação? A performance
como uma ação real ou uma produção de realidade? Como seria se Anna não
interpretasse essa venda? Cabe ai um discussão profundo pois a performance e o próprio
hibridismo cênico, não buscando um certo ou errado, mas para tentar completar
nossa necessidade de sistematização de um conhecimento. Com essa performance me
fez refletir que cabe sim em uma performance o interpretar, se ele for em
medida correta sem desmanchar a percepção de ação real. Exemplo, fiz uma performance
em um trabalho onde estava ajoelhado no milho e me batia com o sinto, se
durante essa performance eu interpretar a minha dor, essa interpretação pode
gerar no público um afastamento da ação imediato, destruindo toda a ação. Mas a
interpretação da Anna, foi em um ponto real do de ser vendedor, no de acreditar
em seus produtos, Talvez por fazer parte do seu cotidiano, pois ela vende
artesanatos, mas acredito também que e do ator a se pôr no lugar de acreditar.
Não tive oportunidade de conversar com ela sobre o que ela fez, mas acredito
muito que o posicionamento do ator performático sobre o que ele está fazendo
reflete na veracidade de sua interpretação. Por fim, acredito que esse trabalho
foi muito bem executado e abriu um novo caminho de debate sobre a cena dentro
da performance.
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